Dia Vinte e Nove
Um dos últimos a sair do albergue de Vega de Valcarce, eu já ia de capa, pois chovia. E esse não era o maior problema do dia, pois hoje eu iria subir O Cebreiro, mais de 650 m de altura acima da minha posição. Meus pés ainda doem, mas não como antes. É uma dorzinha que não incomoda mais. As botas estão perfeitas!
Em Ruitelán reencontrei todos: Karin, Dario, Peter, Domenico, Javi, Erin e, por coincidência, Dani, o catalão que eu não via desde León. Era ele quem procuravam. Isso no Caminho é muito engraçado, os encontros e desencontros.
A subida do Cebreiro é dura, sim, mas a paisagem compensa, e muito. É aqui que nos despedimos da receptiva Província de León, de Castilla y León, e entramos na Província de Lugo, que faz parte da Galicia. Montanhas, vales, pequenos pueblos no meio do nada, árvores e flores. Maravilha! Só faltou esta trilha sonora. O pueblo d’O Cebreiro é uma antiga cidade celta, com uma atmosfera mágica em tudo o que você vê (foto que abre esta publicação). Foi num bar ali que experimentei pela primeira vez o pulpo gallego, saborosa carne de polvo cozida, com muito azeite e páprica, e pão e muita cerveza.
Seguimos adiante. Depois de descer O Cebreiro, subimos até o Alto do Poio, aonde há uma grande estátua de um peregrino. Disseram que eu era um clone perfeito dela e pediram para eu fazer a mesma pose. Até um turista tirou uma foto minha, hehehe.
Chegamos em Fonfría quase no fechamento do restaurante do albergue. Jogamos nossas coisas no chão e fomos correndo comer. Depois, ficamos conversando com dois hospitaleiros brasileiros: Marcelo, da Bahia, que está estudando em Santiago, e Regiane, de Campinas, que depois de terminar o caminho resolveu trabalhar em alguns albergues por umas semanas. Bebemos chupitos, rimos falando do filme A Vida de Brian, do Monty Python, e fomos dormir.
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