Dia Dezesseis
Acordei quase 9h, bem atrasado para a rotina do Caminho. Tomamos café, ajudamos a arrumar a bagunça do jantar e virei hospitaleiro por uns 20 minutos: carimbei a credencial de uns peregrinos curiosos e indiquei a fuente. Foi divertido. Deixei uma mensagem no caderno de visitas que passarei minha aposentadoria como hospitaleiro em Arroyo San Bol.
Saí de lá por volta das 10h acompanhado de Bethany, e logo mais vimos que Robert seguia mais atrás. A paisagem é a mesma de ontem: caminho de terra batida, feno e calor. Muito calor. Logo mais, vemos um pequeno monte no meio da estrada, que começa a subir conforme andamos, até descobrirmos que esse monte é a torre da igreja do pueblo de Hontanas, que a cada passo nosso parece que tudo emerge aos nossos olhos. O efeito é muito bonito.
![O pueblo de Hontanas simplesmente "emerge" na estrada](http://peregrinonline.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Post020-Hontanas.jpg)
Um pouco antes de Castrojeriz, há o que sobrou do Monasterio de San Antón, aonde funciona agora um albergue de peregrinos. Este mosteiro possuía proteção real, por isso há escudos reais no pórtico da igreja e nas chaves dos cofres. Foi fundado por Alfonso VII no século XII (1.146), e foi conhecido como um xenodóquio real (estabelecimento destinado à acolhida de peregrinos doentes) do Hospital General de San Antón. As ruínas atuais são do século XIV.
![Detalhe do Monasterio de San Antón](http://peregrinonline.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Post020-Convento-San-Antón-01.jpg)
![Detalhe do Monasterio de San Antón](http://peregrinonline.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Post020-Convento-San-Antón-02.jpg)
![Detalhe do Monasterio de San Antón](http://peregrinonline.com.br/wp-content/uploads/2016/06/Post020-Convento-San-Antón-03.jpg)
Chegamos em Castrojeriz por volta das 15h. No albergue, tomei um merecido banho de 20 minutos e fui lavar minha roupa, que estava acumulada e fétida. Na cidade, fiz compras para o jantar e café, e gastei € 4,00 em 1 hora de internet. LADRÕES! Só consegui atualizar 3 dias no blog. Estou bem atrasado com isso…
Castrojeriz é praticamente uma tripa: apenas uma rua principal, com uns 2 km de extensão. Achei uma cidade muito estranha. Na volta ao albergue reencontrei Rien, um holandês muito simpático, com os cabelos todos brancos, que eu via e cumprimentava desde Saint Jean Pied de Port. Acho que foi a primeira vez que sentamos para conversar, e foi um papo muito agradável. Mais tarde apareceu Gemma e conversamos um pouco mais antes de dormir.
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