Dia Dezesseis
Acordei quase 9h, bem atrasado para a rotina do Caminho. Tomamos café, ajudamos a arrumar a bagunça do jantar e virei hospitaleiro por uns 20 minutos: carimbei a credencial de uns peregrinos curiosos e indiquei a fuente. Foi divertido. Deixei uma mensagem no caderno de visitas que passarei minha aposentadoria como hospitaleiro em Arroyo San Bol.
Saí de lá por volta das 10h acompanhado de Bethany, e logo mais vimos que Robert seguia mais atrás. A paisagem é a mesma de ontem: caminho de terra batida, feno e calor. Muito calor. Logo mais, vemos um pequeno monte no meio da estrada, que começa a subir conforme andamos, até descobrirmos que esse monte é a torre da igreja do pueblo de Hontanas, que a cada passo nosso parece que tudo emerge aos nossos olhos. O efeito é muito bonito.
Um pouco antes de Castrojeriz, há o que sobrou do Monasterio de San Antón, aonde funciona agora um albergue de peregrinos. Este mosteiro possuía proteção real, por isso há escudos reais no pórtico da igreja e nas chaves dos cofres. Foi fundado por Alfonso VII no século XII (1.146), e foi conhecido como um xenodóquio real (estabelecimento destinado à acolhida de peregrinos doentes) do Hospital General de San Antón. As ruínas atuais são do século XIV.
Chegamos em Castrojeriz por volta das 15h. No albergue, tomei um merecido banho de 20 minutos e fui lavar minha roupa, que estava acumulada e fétida. Na cidade, fiz compras para o jantar e café, e gastei € 4,00 em 1 hora de internet. LADRÕES! Só consegui atualizar 3 dias no blog. Estou bem atrasado com isso…
Castrojeriz é praticamente uma tripa: apenas uma rua principal, com uns 2 km de extensão. Achei uma cidade muito estranha. Na volta ao albergue reencontrei Rien, um holandês muito simpático, com os cabelos todos brancos, que eu via e cumprimentava desde Saint Jean Pied de Port. Acho que foi a primeira vez que sentamos para conversar, e foi um papo muito agradável. Mais tarde apareceu Gemma e conversamos um pouco mais antes de dormir.
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